INTERVENÇÃO EDUCATIVA
O diagnóstico e a intervenção precoce são aspectos importantes que,
geralmente, se traduzem num prognóstico mais favorável. A partir dos três anos
estas crianças devem ter um acompanhamento educativo ajustado às suas
necessidades que, geralmente, dão ênfase ao desenvolvimento das competências
sociais, de comunicação e cognitivas, assim como aos aspectos relacionados com a
autonomia pessoal. Como os problemas de comunicação e comportamento
interferem com a aprendizagem escolar pode ser necessário recorrer a um
profissional com experiência e conhecimentos na área do autismo no sentido de
colaborar na elaboração e implementação de um programa de treino
comportamental em casa e na escola.
O ambiente escolar deve ser estruturado de tal forma que o programa a
implementar seja consistente e previsível. Os alunos com Autismo e Distúrbio de
Desenvolvimento Generalizado não especificado aprendem melhor e confundem
menos se a informação lhes for apresentada de uma forma visual e verbal.
Também é considerada importante a sua interacção com outras crianças já que lhe
proporcionam modelos normativos de interacção social, comportamento e
linguagem. Para ultrapassar o problema frequente da generalização das
competências aprendidas na escola para outros contextos é importante desenvolver
uma intervenção com a família para que as actividades e experiências de
aprendizagem possam ser desenvolvidas no contexto familiar e da comunidade.
Recorrendo a programas educativos desenvolvidos para satisfazer as
necessidades individuais de cada aluno e a serviços especializados de apoio é
possível que alguns adultos com Autismo possam trabalhar e viver integrados
profissional e socialmente na sua comunidade. Outros poderão necessitar de um
acompanhamento de retaguarda e de supervisão para que a sua integração social
seja plena.
De entre os modelos educacionais para os autistas, o mais importante, neste
momento, é o método TEACCH, desenvolvido pela Universidade da Carolina do
Norte, e que tem como postulados básicos na sua filosofia, os seguintes:
a) Propiciar o desenvolvimento adequado e compatível com as
potencialidades e a faixa etária do paciente.
b) Funcionalidade (aquisição de habilidades que tenham função prática).
c) Independência (desenvolvimento de capacidades que permitam maior
autonomia possível).
d) Integração de prioridades entre família e programa, ou seja, objectivos a
serem alcançados devem ser únicos e a estratégias adoptadas devem ser
uniformes.
Dentro deste modelo, é estabelecido um plano terapêutico individual, onde é
definida uma programação diária para a criança autista. O aprendiz parte de
objectos concretos e passa gradativamente para modelos representativos e
simbólicos, de acordo com as suas possibilidades.
Fonte. Centro de Formação Contínua de Professores de Ourique, Castro Verde,
Aljustrel e Almodôvar (Registo de Acreditação: CCPFC/ENT-AE-0722/04)
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