Karatê devolve vigor para pacientes com câncer
As artes marciais podem ajudar pacientes que fazem quimioterapia a recuperarem a energia e a melhorar a qualidade de vida de quem luta contra a doença.
SÔNIA BRIDI E PAULO ZERO Paris
Há uma diferença entre ser ativo e praticar esporte. E há uma imensa distância entre competir com outra pessoa ou um adversário que está dentro de você. As artes marciais são chamadas em japonês de caminho. Karatê é o caminho das mãos vazias: uma luta de defesa, desarmada, em que o lutador só conta com a própria força contra o inimigo. O caminho de lutadores mais velhos – e mais frágeis – começou com um diagnóstico: câncer. Golpes que vêm de dentro, segundo os caratecas, pela força do corpo aumentada pela alma. Existe quase um acordo secreto: em encontros semanais, pouco se fala sobre a doença. Sabe-se que o outro está na mesma guerra. É a força de um alimentando silenciosamente a do outro. O campeão europeu de caratê, Jean-Marc Descotes, conhece o poder incrível que essa arte marcial tem para transformar quem a pratica. Há nove anos, ajudou a criar uma associação. Ele sabia que exercícios físicos diminuem o risco de surgimento de câncer de mama e outros tumores. Com o acompanhamento dos médicos, provou que o caratê pode ir além: ajudar pacientes que fazem quimioterapia a recuperarem a energia depois das sessões e melhorar a qualidade de vida de quem luta contra o câncer. Gilbert voltou a confiar em si mesmo e abandonou os antidepressivos. Ele teve câncer de próstata e garante que, graças ao caratê, recuperou o vigor, o que é muito importante para um homem. Gilbert está no grupo há sete anos. Amy, há três. A diretora artística conta que não tinha forças nem para pegar o metrô depois das primeiras sessões de quimioterapia. Com duas semanas de caratê, a energia voltou. Ela faz tratamento médico há quatro anos e o câncer está regredindo agora. Amy fala abertamente que está em guerra, luta para sobreviver e, em grupo, encontrou algo para se agarrar à vida: o Karatê. Ao ser perguntado se sua vida mudou depois de acompanhar histórias tão fortes como a de Amy, Jean-Marc fala que vê pessoas doentes, que fazem quimioterapia e que vão assim mesmo. Sorriem para ele e dizem "obrigado" na saída. "Se você não aprender com isso, jamais vai aprender alguma coisa em toda a sua vida", diz o campeão de Karatê.
As artes marciais podem ajudar pacientes que fazem quimioterapia a recuperarem a energia e a melhorar a qualidade de vida de quem luta contra a doença.
SÔNIA BRIDI E PAULO ZERO Paris
Há uma diferença entre ser ativo e praticar esporte. E há uma imensa distância entre competir com outra pessoa ou um adversário que está dentro de você. As artes marciais são chamadas em japonês de caminho. Karatê é o caminho das mãos vazias: uma luta de defesa, desarmada, em que o lutador só conta com a própria força contra o inimigo. O caminho de lutadores mais velhos – e mais frágeis – começou com um diagnóstico: câncer. Golpes que vêm de dentro, segundo os caratecas, pela força do corpo aumentada pela alma. Existe quase um acordo secreto: em encontros semanais, pouco se fala sobre a doença. Sabe-se que o outro está na mesma guerra. É a força de um alimentando silenciosamente a do outro. O campeão europeu de caratê, Jean-Marc Descotes, conhece o poder incrível que essa arte marcial tem para transformar quem a pratica. Há nove anos, ajudou a criar uma associação. Ele sabia que exercícios físicos diminuem o risco de surgimento de câncer de mama e outros tumores. Com o acompanhamento dos médicos, provou que o caratê pode ir além: ajudar pacientes que fazem quimioterapia a recuperarem a energia depois das sessões e melhorar a qualidade de vida de quem luta contra o câncer. Gilbert voltou a confiar em si mesmo e abandonou os antidepressivos. Ele teve câncer de próstata e garante que, graças ao caratê, recuperou o vigor, o que é muito importante para um homem. Gilbert está no grupo há sete anos. Amy, há três. A diretora artística conta que não tinha forças nem para pegar o metrô depois das primeiras sessões de quimioterapia. Com duas semanas de caratê, a energia voltou. Ela faz tratamento médico há quatro anos e o câncer está regredindo agora. Amy fala abertamente que está em guerra, luta para sobreviver e, em grupo, encontrou algo para se agarrar à vida: o Karatê. Ao ser perguntado se sua vida mudou depois de acompanhar histórias tão fortes como a de Amy, Jean-Marc fala que vê pessoas doentes, que fazem quimioterapia e que vão assim mesmo. Sorriem para ele e dizem "obrigado" na saída. "Se você não aprender com isso, jamais vai aprender alguma coisa em toda a sua vida", diz o campeão de Karatê.
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