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segunda-feira, 31 de maio de 2010

Conteúdo para a prova final recreação e Lazer

Conteúdo para a prova final recreação e Lazer

Prof. Ivo Pedon

• Políticas públicas



• Repertório de atividades de recreação e lazer, por fases da vida. Motricidade


• Gestão e política de lazer


• Lazer e Qualidade de Vida


Políticas públicas

Políticas públicas correspondem à intervenção do poder público na tentativa de destinar as verbas públicas para atendimento da população em um determinado campo social. Dessa forma, para que haja um melhor entendimento sobre políticas públicas de lazer deve-se ter uma compreensão ampliada do significados desses termos, como aponta Cruz (2001), a expressão política pública de lazer , por si só demanda relevantes estudos no sentido da explicitação de uma dada compreensão de política, de público e de lazer.
Como também ressalta Stingger (1998), que reafirma o conceito de políticas públicas pelo viés da intervenção consciente e dialética das partes, Quando o assunto é políticas públicas, se está falando de um determinado tipo de intervenção[...], que necessariamente
deverá trazer consigo e ter, como ponto de partida, a posição político-ideológica que norteia e deverá estar inserida na
concretização de todas as ações que vierem a ser adotadas. (STINGGER apud CRUZ, 1998, p.84).
Neste sentido, o autor nos orienta para a compreensão de políticas públicas que contemplam o estudo sobre a ação, baseada por uma posição político ideológica, dialética entre as partes que beneficiam e que serão beneficiadas com uma possível intervenção. Quando há ou quando é 2 Devemos compreender uma sociedade burguesa como fruto de interesses da construção do modo de produção de capitalista, cuja ideologia atinge diretamente os interesses de classes menos favorecidas que almejam, muitas vezes, melhores condições de vida não por necessidade primária, mas por influência do contexto neoliberal, que tem incutido uma luta diária nas classes populares o desejo de vencer, não por uma sociedade mais justa e igualitária, mas pelo desejo de pertencer, um dia, àquela sociedade. permitida a participação popular na formulação e aplicação das políticas públicas, o processo se torna mais legítimo, posto que a comunidade é a parte mais interessada, é quem aponta os caminhos para a intervenção (ou deveria apontar). Quando buscamos subsídios para conceituar políticas públicas de lazer, partimos da compreensão de que a sociedade necessita organizar-se politicamente seguindo um princípio ideológico oposto ao modo consolidado pelas elites burguesas, principalmente em relação ao ócio. A burguesia apresenta uma posição condenadora do tempo livre, pois o que lhe interessa é a produtividade e o lucro dela advindo. Esta relação não é tão simplista. O trabalhador sentiu necessidade de descanso para conseguir produzir mais em função da cobrança de seu empregador e observou que precisava de algo que lhe desse prazer, que lhe satisfizesse de algum modo e pudesse descansá-lo do mundo do trabalho, como descreve Camargo (1992), as atividades de lazer são, pois, desinteressadas, liberatórias, escolha pessoal na busca de algum prazer. (p.34)
Esta necessidade fez com que o lazer fosse bandeira de luta das reivindicações sociais dos trabalhadores, na conquista do tempo disponível e por condições mais humanas de trabalho. Infelizmente, por mais que se tenha lutado, as condições de trabalho e ocupação do tempo disponível da grande maioria da massa trabalhadora, seguem uma lógica mercantilista, solidificada pelo modo de produção do capital, pela burguesia moderna no decorrer do tempo. Assim tomamos como essencial ressaltar, que o público é parte concreta na composição do que é social e do que é o lazer, por uma concepção integral, além de direito social garantido por lei3, é componente indissociável da cultura de um povo. Acreditamos nas políticas públicas para o lazer como uma demanda social de um grau de necessidade emergente e urgente a ser tratada, discutida e fomentada no seio das comunidades e concretizada pelo estudo e planejamento da ação política na consolidação do público, de maneira dialética. O poder público em sua grande maioria, tem se perdido , ou simplesmente vem sendo omisso, na sua relação com a promoção do lazer para a sociedade, uma vez que a indústria cultural tem se apropriado e ganhado a disputa da ocupação do tempo disponível das pessoas, com produtos atrativos, tecnologicamente avançados e que satisfazem as necessidades mais específicas e particulares de cada grupo (ou cada um), como um
pacote personalizado, disponível ao bolso de quem pode pagar por esse tipo de satisfação.
Nesse sentido, segundo Marcellino (1987), a iniciativa pública baseada no senso comum, tem atribuído às políticas de lazer uma concepção utilitarista, pautando na necessidade a sua relevância, pois por outro motivo talvez não existiriam. Nesta direção, o autor enfatiza que, quando não há uma política de lazer voltada para a formação mais humana e consciente dos sujeitos, o espaço que o lazer deveria ocupar na sociedade nesta forma, é rapidamente absorvido pelo tempo de um mercado consumista, que na proporção da indústria cultural ocasiona o que o autor 3 São direitos sociais a educação, o trabalho, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção a maternidade e à infância, a assistência aos desempregados na forma desta Constituição. Cap. II, Art. 6º da Constituição Federal de 1988.
denomina de esvaziamento de memória cultural , onde o tempo e o espaço das manifestações culturais se convertem em produtos e tendências comerciais.
É o caso da influência na produção de brinquedos industriais que trazem personagens heróicos (por exemplo, as Meninas Super-poderosas, Dragon Bol Z, X-Men, Jack Shun e outros) que contribuem para o desinteresse das crianças em imaginar, criar e recrear-se com brinquedos feitos de materiais brutos ou sucatas, que incentivam a autonomia e a liberdade que, possivelmente, viabilizará a escolha do seu lazer no futuro. Castellani (1987), quando trata da questão das políticas públicas relacionadas ao lazer, faz uma contextualização da conjuntura nacional e mundial, frente às implicações do mercado moderno na promoção de uma forma de entretenimento4 que segue os interesses da indústria cultural em denotá-lo como forma de lazer, onde ele ressalta,
é neste contexto mundial e nacional que, ao enfocarmos a problemática do lazer enquanto um dos indicadores da
qualidade de vida de um povo nos deparamos com uma situação aparentemente paradoxal, perceptível nas notícias,
que a par da realidade denunciada pelos dados (...), indicam um crescente investimento no setor de entretenimento por
parte da iniciativa privada associada a indústria do lazer no Brasil. (CASTELLANI, 1987, p.12).
Assim, como outro paradoxo que pode ser apontado na fala do autor, está na apropriação do direito social do lazer pela indústria cultural, que converte bens culturais em produtos, na forma que é um bem que passa a ser atendido pelo mercado. Isto significa que a iniciativa pública pode deixar o lazer para depois, uma vez que ele pode ser encontrado nas prateleiras do mercado.
Entendemos que o lazer faz parte da dimensão humana e que por esse motivo vem sendo na sua condição de luta de classe, consumido pelo mercado moderno e suas imposições. Quando este lazer for baseado nos seus princípios reais e integrais, onde prima a idéia da retomada de uma identidade cultural, perdida ou moldada pelos fetiches sociais criados pela indústria, estaremos assim talvez, de fato, diante da oportunidade de consolidá-lo enquanto fator essencial na formação humana.
Assim como aponta Mascarenhas, o lazer tem sua dimensão como prática social emancipatória em que ele concebe como o instrumento da relação da construção social com o que é real, 4 No livro Vida, o filme apresenta a distinção entre lazer e entretenimento, em que o referido não apresenta o princípio de formação dos sujeito na forma que o lazer concebe, ou seja o entretenimento é uma forma assistemática de realização dos sujeitos pelo princípio da satisfação individual desvinculada da totalidade da relação com o real.
Conceber o lazer como prática social e pedagógica é ver no conjunto de suas atividades a possibilidade de produção e
construção de um conhecimento que, em seu caráter crítico e emancipador, guarda estreita ligação com o real.
(MASCARENHAS 2000, p.73).
Desse modo, a concretização do lazer pelo poder público, depende da qualificação do quadro ou seja, recursos humanos, que irá atuar nos estudos das necessidades levantadas pela população, fomentando junto a ela a forma de intervenção mais coerente. Dentro de um possível projeto os sujeitos devem valorizar os espaços/equipamentos da cidade, como forma de reconstituir uma cultura de otimização do que é público para todos, as pessoas (população) devem se sentirem responsáveis pelas formas de utilização, manutenção e criação de novos espaços, fortalecendo assim, princípios de democracia que se perdem pelo hábito do assistencialismo, comum da maioria de nossas administrações públicas.

Repertório de atividades de recreação e lazer, por fases da vida. Motricidade.

A idéia é formar um repertório de atividades com embasamento na motricidade para não passarmos a idéia da ação do animador como simples cumpridor de tarefas, sem embasamento e ou reflexão, correndo o risco de anular as potencialidades criadoras de cada profissional de fechar horizontes de sua atuação.
A idéia principal é formar um rol de atividades agrupadas por quaisquer critério, como equipamento, faixa etária, conceito etc..
Ao colocarmos a idéia de repertório, estamos falando da necessidade de interpretação de cada atividade, por meio da experiência pessoal e profissional de cada um de nós, como animadores socioculturais, embasando em teoria, confrontando na ação do cotidiano, e acompanhada do necessário exercício de reflexão constante.
Assim vamos trabalhar por fases da vida, com um vasto repertório de atividades fundamentado na Recreação e Lazer. Infância, juventude, idade adulta e terceira idade. Levando em conta as suas especificidades em relação ao Lazer/recreação, que são alteradas de acordo com as faixas etárias vivenciadas.
Vamos aprender a classificar cada atividade... onde este tipo de atividade ira nos ajudar a desenvolver,....
Levando em consideração os conteúdos do lazer, que o ideal seria que cada pessoa praticasse atividades que abrangessem os vários grupos de interesses, procurando, dessa forma, exercitar, no tempo disponível, o corpo, a imaginação, o raciocínio, a habilidade manual, o relacionamento social, o intercambio cultural e a quebra de rotina, quando, onde, com quem e da maneira que quisesse.
Motricidade Fina: A coordenação visiomanual representa a atividade mais freqüente e mais comum do homem. Ex: desenhos, pintar, recortar, etc. discrição: inclui uma fase de transporte da mão, com seus três componentes objeto/olho/mão.
Trabalho manual.
 Motricidade Global: É a capacidade da criança, seus gestos, suas atitudes, seus deslocamentos e seus ritmos nos permitem, às vezes, conhecê-la e compreende-la. Ex quando a criança brinca imitando cenas da vida cotidiana: fala movimentando-se, canta, dança ou o contrario, Põe-se primeiro a dançar, e o canto nasce ao mesmo tempo. Assim expressa, de forma simultânea, sua afinidade e exercita sua inteligência.
Relaxamento Corporal: a criança corre imitando os caminhões, os carros e rapidamente a saltar de diferentes formas, como galopar, subir em arvores.
A perfeição progressiva do ato motor: implica um funcionamento global de mecanismos reguladores do equilíbrio. EX: fatores de ação (vivacidade, força muscular, resistência... estes fatores desenvolve a motricidade espontânea, de acordo com a situação - problema exige o respeito a certas consignas que definem as condições tempo-espaço para solução da tarefa. Assim a criança se desenvolve passando por estas percepções.
Equilíbrio: É a base primordial de toda ação. Quanto mais defeituoso é o movimento, mais energia consome, pois estes gastos de energia poderia ser canalizada para outros trabalhos neuromusculares, com este desgaste inconsciente acontece o desequilíbrio e resulta a fadiga corporal, mental e espiritual aumentando o nível de estresse, ansiedade e angustia de individuo acontecendo assim ansiedade ou insegurança.
Esquema Corporal: a imagem do corpo representa uma forma de equilíbrio que, como núcleo central da personalidade se organiza em um contexto de relações mútuas do organismo e do meio; é essencial para regulação postural. Ex: satisfação de choro e de alegria, mobilizações e deslocamentos, sensações visuais e auditivas e esse corpo é o meio da ação do conhecimento e das relações. As organizações das sensações do próprio corpo em associação dos dados do mundo exterior.
Organização espacial: a noção do espaço é ambivalente, pois ao mesmo tempo, é concreto e abstrato, finita e infinita, envolvendo o corpo e o espaço – como o espaço que nos rodeia, finito enquanto nos é familiar, mas que se estende ao infinito, ao universo, e desvanece-se no tempo. O espaço está incluído em nossas sensações, resulta de menor experiência e aprendizagem ou constitui uma intuição imediata. Todas modalidades sensoriais participam na percepção espacial: a visão, a audição, o tato, a propriocepção.
 Organização temporal: percebemos o transcurso do tempo a partir das mudanças que se produzem durante um período estabelecido e da sua sucessão que transforma progressivamente o futuro em presente e depois em passado.
Os componentes: organização temporal: a ordem e a duração que o ritmo reúne.
Lateralidade: o corpo humano está caracterizado pela presença de partes anatômicas pares e globalmente simétricas. Essa simetria anatômica se redobra, não obstante. Ex: escrevemos com uma só mão, os centros de linguagem se situam na maioria das pessoas no hemisfério esquerdo. A lateralidade é a preferência da utilização de uma das partes simétricas do corpo: mão, olho, ouvido, perna.
 Desenvolvimento da linguagem: a linguagem nos possibilita representar as complexas abstrações que são o fundamento de nossa sociedade.
Pré-linguagem – inicia-se dos gritos do recém-nascido, responde ou estimula da mãe, expressam rapidamente toda uma gama de sensações, impaciência, dor, satisfação, inclusive prazer.
A pequena linguagem: aos 12 meses, uma criança pode adquirir de 5 a 10 palavras; aos 2 anos, 200 palavras, a compreensão passiva precede a expressão ativa. Ex: como totó para cachorro. 18 meses aparecem as primeiras frases, combinações das palavras-frases; de 3 a 4 anos é o falar do bebê.
A linguagem: é o período mais longo e mais complexo da aquisição da linguagem, caracterizado por um enriquecimento cada vez mais quantitativo, dos 3 aos 5 anos, de 1.500 palavras.
Agora vamos trabalhar atividades direcionadas para cada parte de desenvolvimento levando em consideração a idade.....
Depois os equipamentos.
Agora é só montar as atividades.

Gestão e política de lazer

• São as soluções?
• Vereadores
• Prefeitos
• Deputados
• Presidente
• Sempre tem um projeto de implantação esporte e lazer, lazer e esporte para a diminuição da criminalidade.

• Direito do estado, baseado no pacto entre capital e trabalho de inspiração social democrata.
ONU em 1967, elabora a carta dos direitos Humanos ao tempo livre.

• O lazer e a filantropia
• Primeiro mundo – ricos (Poder)
• Segundo mundo - Classe media – lazer genérica (pouco dinheiro)
• Terceiro mundo quase sem Lazer. (sem Dinheiro).

Esporte Recreativo.
A ideia de esporte recreativo é, portanto que mais condiz com uma prática esportiva verdadeiramente democrática, participativa e lúdica, tento em vista que em sua realização estão presentes muito mais atitudes e comportamentos que estimulam a criação desses valores e conhecimentos do que a exigência de rendimento ou resultados técnicos e táticos.


O debate sobre a melhoria da qualidade das experiências de lazer, entendido como a percepção de liberdade, motivação intrínseca e satisfação advindas do engajamento em situações sociais, aponta para fatores que favorecem seu desenvolvimento. Tais fatores não incluem a ênfase nos cuidados com a preservação da natureza, proibindo o acesso aos parques ecológicos para evitar a interferência do homem no meio ambiente.

Freire incentiva a utilização pedagógica das brincadeiras populares infantis nas aulas de educação física. Suponha que, seguindo essa orientação, um professor resolva propor a atividade denominada pega-pega, jogo no qual uma criança deve tentar pegar as demais dentro de um espaço delimitado, passando aquele que for pego a ser o pegador. O professor deve propor mudanças na atividade antes que os alunos desenvolvam eficiência, para evitar que a aprendizagem se torne estruturada.

Um modelo de animação sociocultural, alicerçado nos interesses da sociedade e no compromisso político pedagógico de mudanças sociais e culturais, representa uma ação educativa voltada fundamentalmente para. melhoria da qualidade de vida da comunidade e emancipação social dos sujeitos.

Para Amaral (2006), as políticas públicas de lazer em uma perspectiva participativa pressupõem uma série de mudanças por parte de seus formuladores, dentre as quais se destacam: mudar tanto os conceitos como a prática social, liberando as atividades de vínculos com os interesses físico-desportivo e assistencialistas. Mudar tanto os conceitos como a prática social, liberando as atividades de vínculos com os interesses físico-desportivo e assistencialistas.

Ao tratar das políticas públicas para pessoas portadoras de deficiências, Pinheiro (2003, p. 139) afirma que “Planejar políticas públicas para todos equivale a dotar essas políticas de características mais gerais possíveis, de forma a abranger toda a diversidade social.” Segundo o autor, existem dois critérios necessários para a elaboração
dessa política: universalização e democratização.

Segundo Carvalho (2003), todo trabalho relaciona-se com o sujeito-trabalhador e advém de relações interpessoais em que estão presentes a saúde, a educação, o lazer, entre outros, na constituição da vida social. Para a autora, são dois os caminhos para superar a racionalidade gerencial impregnada no setor público nos campos da saúde e do lazer: fortalecimento dos sujeitos e democratização das instituições.

O lazer e a filantropia

Primeiro mundo – ricos
Segundo mundo - Classe media – lazer genérica
Terceiro mundo quase sem Lazer.

Lazer e Qualidade de Vida

O estudo tem por finalidade apresentar a concepção e prática do lazer na sociedade em geral. Num momento onde as pessoas buscam uma melhor qualidade de vida, a sociedade nos impõe, fazendo acreditar que a única coisa importante é o trabalho.
portanto, apresentamos essa pesquisa com o propósito de que podemos realizar e usufruir do lazer em nosso tempo disponível, acrescentando momentos de descontração, alivio e até mesmo fazendo que tenhamos prazer e alegria para trabalhar..

O estudo também se desenvolveu através de leituras relacionadas ao conceito de lazer, tempo livre, qualidade de vida, universidade e lazer com um direcionamento ao aspecto educacional.

A qualidade de vida pode significar uma escolha econômico-social, em direção a qualidade, ocorrendo um fator oposto à quantidade, isto significa que o mínimo de tempo livre pode proporcionar um aumento da satisfação em realizar algo.

A maioria da população se preocupa com sua saúde, onde o próprio mercado de trabalho, em suas avaliações adicionais colocam questões relacionadas a hábitos saudáveis. Até mesmo os meios de comunicação das massas, através de suas propagandas de consumo fazem esse trabalho, desse modo, o lazer se tornou sinônimo de uma melhoria na qualidade de vida, visto que com o tempo disponível, sem a preocupação do trabalho, estudos ou qualquer outra obrigação podemos aproveitar o momento de descontração para um passeio com a família, atividade de bricolagem sem compromisso ou simplesmente permanecer no ócio.

Nos estudos desenvolvidos por Santini (1993), destaca-se a qualidade de vida entre a população em geral, sejam elas moradoras nas grandes metrópoles ou mesmo em cidades interioranas com população inferior a cem mil habitantes. Os problemas enfrentados pelas grandes cidades, como por exemplo, falta de infra-estrutura, poluição, falta de segurança, entre outros, fazem com que a expressão “qualidade de vida” se torne parâmetro para milhões de pessoas que através dos meios de comunicação mais difundidos, como televisão, jornais, revista faça-o sonhar com um mundo melhor para se viver. Porém, esse ideal de vida, infelizmente é acessível apenas para uns poucos privilegiados, permanecendo para a maioria, uma qualidade de vida ainda com muitas necessidades básicas não atendidas, fazendo com que não tenham perspectiva melhores. Apesar disso, afirma Santini (1993), a melhor qualidade de vida pertence aos moradores da cidade, pois esse local possibilita à sua população acesso a um maior número de modos alternativos de vida. A maneira como a cidade impõe gastos diferenciais de tempo físico a sua população aproxima o homem do progresso industrial e social.
Podemos destacar através dos estudos realizados por Silva (1998), que com o crescimento das cidades houve a redução dos espaços de lazer, pode se considerar os avanços tecnológicos como forma de lazer, porém o indivíduo necessita de atividades capazes de fortalecer o equilíbrio pessoal e o desenvolvimento social. Entretanto, completa a autora: as cidades precisam promover o aproveitamento de seus espaços livres, assim sendo, as praças, ruas, shoppings, condomínios; espaços estes que podem ser utilizadas criativamente para sediar projetos de lazer.

A qualidade de vida pode significar uma escolha econômico-social, em direção a qualidade, ocorrendo um fator oposto à quantidade, isto significa que o mínimo de tempo livre pode proporcionar um aumento da satisfação em realizar algo. Alguns autores como Guiselini (1996), George (1973) e Souza (1984), discutem esse tema, em posse de algumas conclusões, afirmando que a qualidade ambiental, ou seja, a exploração do meio natural, surgiu para melhorar a qualidade de vida, relacionando-a com um acaso científico evocando a felicidade, termo enfatizado pelas multidões, grupos e associações, que se engajam em lazeres e participação em atividades em clima de festividade coletiva, considerada ‘felicidade social’.

Neste âmbito, outras perguntas se fazem necessárias, o que podemos considerar como qualidade de vida? - Quais critérios usamos para mensurar uma melhor qualidade de vida, pois, na maioria das vezes, o que é bom para alguns, pode não ser bom para outros – Por essas razões e por uma série de
outros fatores, o tema gera muitas controvérsias e é discutido por vários setores da sociedade.

Através de leituras realizadas, não foi encontrada nenhuma cartilha ou até mesmo uma formula básica para se ter uma qualidade de vida condizente para todos. Existem muitas pessoas que trabalham demasiadamente durante a semana toda e até nos finais de semana, porém, ainda encontram tempo de ir ao cinema, passear com o cachorro, visitar os amigos, enfim, realizar algo que lhe advém prazer.

Camargo (1998) afirma que o tempo de lazer não e o único tempo em que podemos experimentar momentos felizes. A felicidade é um sentimento que não escolhe hora. Pode atingir-nos nas mais diferentes situações, mesmo nas mais incômodas. Neste sentido, o lazer é uma boa argumentação para uma melhor qualidade de vida, pois trata do prazer em realizar algo, e com isso, temos bons motivos para acreditar que a qualidade de vida e lazer tem algo em comum.

O discurso sobre o lazer e qualidade de vida vem crescendo de forma expressiva em nossa sociedade. A valorização dessas esferas nos dias atuais pode ser percebida de forma geral em todas as camadas sociais e é parte integrante e fundamental no desenvolvimento do movimento chamado globalização.

Um conjunto de fatores e atitudes faz a pessoa escolher o tipo de lazer que lhe convém e, também, a forma como utiliza seu tempo livre, podemos estabelecer uma referência cruzada entre a atitude do indivíduo e sua opção, propor uma relação de atitudes, dentre as quais, corporais, psíquicas, políticas, entre outras. O indivíduo com uma atitude corporal positiva, numa seleção simples de opção de lazer ou de utilização de seu tempo livre, procurará beneficiar-se com a prática promotora de saúde, citando como exemplo: restaurante vegetariano, palestra sobre saúde, prática de exercícios, já o indivíduo com uma atitude corporal negativa, tende a procurar uma atividade ou o uso de seu tempo livre que não traz benefício algum ao seu corpo.

Em estudos realizados por Serrano (2000), nota-se atuação de pessoas na realização de atividades relacionadas à natureza, o turismo de aventura, fato que engloba uma série de atividades tais como, treking, escalada, rapel, montain bike, cavalgadas, mergulho, vela, vôo livre, paragliding, balonismo, safári fotográfico, observação da flora e fauna, pesca,turismo rural entre outras. De uma perspectiva conceitual, e a despeito da multiplicidade de definições encontradas para a atividade eco turística, é possível apontarmos para o consenso em torno de seu caráter intrinsecamente educativo e de seu compromisso com a modificação de comportamentos e com a criação de uma consciência ambientalista.

Apesar das dificuldades apresentadas por muitos setores da economia nacional, vimos um crescente investimento na área do lazer e conseqüentemente, uma melhora na qualidade de vida da população.
Marcellino (1996) constatou que os investimentos no campo do entretenimento estão superando as expectativas, dizendo que nunca se investiu tanto em lazer no Brasil como agora, nesses cálculos entram gastos dos consumidores com parques de diversão, áreas de lazer nos shoping centers, cinemas entre outros meios de entretenimento.

Um crescente desenvolvimento do lazer se faz nos centros comunitários, onde a população de baixa renda também procura uma melhor qualidade de vida, mesmo passando certas dificuldades, como a falta de alimento, infra-instrutora inadequada e até mesmo não tendo um emprego digno há destaque também para os trabalhos voluntários e as organizações não governamentais, que através de seus projetos.

Na verdade esse tempo é ocupado por atividades reais ou possíveis, cada vez mais atraentes. É comum os estudiosos do lazer como Marcellino (1995), Camargo (1998) e Werneck (2001), afirmarem que as distrações são mais numerosas, freqüentes e complicadas do que há cem anos atrás. A indústria dos lazeres ultrapassa a imaginação e o público está sempre esperando algo novo, como o lançamento musical ou o filme que estreará.

Para melhor entendermos as definições referente ao lazer, podemos observar que através de ações consideradas simples conseguimos aproveitar o nosso tempo ocioso e transformá-lo em ócio, que apesar de parecerem algo semelhante, tem suas características marcantes. Por exemplo, tempo ocioso é um tempo que sabemos que poderíamos estar fazendo algo produtivo, porém, não conseguimos ter reações e conseqüentemente se torna um tempo perdido, enquanto que o ócio é um momento que não fazemos nenhuma atividade, apenas descansamos ou dormimos, todavia foi previamente programado esse tempo, sem prejuízo futuro. É por essa razão e por outros fatores que se faz necessário os estudos do lazer na sociedade, para que possamos, através de ações corretas usufruir e tirar bons proveitos do nosso tempo livre.

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