Fumar compromete pelo menos 10 anos de vida das mulheres. Mas elas podem reduzir
significativamente o risco se parararem de fumar cedo o suficiente, sugere um
novo estudo.
Pesquisadores analisaram mais de 1 milhão de mulheres entre
50 e 65 anos, no Reino Unido. Elas foram acompanhadas durante 12 anos.
Inicialmente, 20% delas eram tabagistas, 28% ex-fumantes e 52% nunca haviam
fumado.
As mulheres que durante o estudo fumaram três anos tinham quase
três vezes mais chances de morrer nos nove anos seguintes do que as
não-fumantes. Este risco três vezes maior de morte significa que dois terços de
todas as mortes de fumantes do sexo feminino na faixa dos 50, 60 e 70 são
causadas pelo tabagismo, disseram os pesquisadores.
O risco de morte
entre as fumantes aumentou fortemente com a quantidade de cigarros consumida.
Mas mesmo aquelas que eram fumantes leves (um a nove cigarros por dia) tiveram
duas vezes mais probabilidade de morrer do que as não-fumantes, de acordo com o
relatório publicado no final de outubro, na revista The Lancet.
Os
investigadores também descobriram que as mulheres que haviam parado de fumar
antes dos 40 anos reduziram em mais de 90% o risco maior de morrer associado ao
cigarro, enquanto que aquelas que pararam antes de 30 reduziram o risco em mais
de 97%.
"Fumantes que param antes de atingir a meia-idade vão ganhar, em
média, cerca de mais 10 anos de vida", diz o co-autor do estudo Richard Peto, da
Universidade de Oxford, na Inglaterra.
Os autores de um comentário que
acompanha o estudo concordaram que os resultados são "simples e
inequívoco."
"Isso nós tivemos que esperar até o século 21 para observar
as consequências em mulheres de um hábito que já era difundido em meados do
século 20, quando fumar tabaco permeava grande parte do mundo desenvolvido...
pode parecer paradoxal", escreveu Rachel Huxley, da Universidade de Minnesota, e
co-autor.
"Mas isso porque, na maior parte da Europa e dos EUA, a
popularidade do tabagismo entre a mulheres atingiu o auge na década de 1960,
décadas mais tarde do que para os homens", explicou. "Por isso, estudos
anteriores subestimaram o impacto do tabagismo sobre a eventual mortalidade em
mulheres, simplesmente por causa do tempo entre o início do tabagismo entre as
mulheres eo início da doença na meia-idade."
Matéria
publicada no site iG
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