Psicologia do esporte: uma área em expansão
Tema:Diversos
Autor: Simone Sanches
Data: 12/5/2006
Consequentemente vem se desenvolvendo uma “nova” área de conhecimento e atuação, que é a Psicologia do Esporte. Esta é uma área que já vem sendo estudada há algum tempo, mas que ainda está ganhando visibilidade e buscando conquistar o seu espaço. “Psicologia do Esporte”? O que seria isso? Segundo Gill (1979), a Psicologia do Esporte é o estudo científico de pessoas e seus comportamentos em contextos esportivos e de exercício e as aplicações práticas de tal conhecimento.
Estamos falando aqui de uma ciência que busca:
Em outras palavras, os psicólogos esportivos procuram entender e ajudar atletas de elite, crianças, indivíduos física e mentalmente incapacitados, idosos ou praticantes em geral a alcançarem um desempenho máximo e/ou satisfação pessoal e desenvolvimento por meio da prática esportiva. O trabalho deve ser adaptado de acordo com os objetivos do praticante, sejam eles competitivos ou de lazer, de auto-superação ou de busca por qualidade de vida, com fins educacionais ou de reabilitação.
Estas são as áreas que a Psicologia do Esporte é dividida: auto-rendimento (busca a otimização da performance e o trabalho com as questões psicológicas que interferem no rendimento do atleta e/ou grupo esportivo); escolar (praticado nas escolas); prática de tempo livre (praticantes não profissionais que buscam a satisfação pessoal e a superação de limites e desafios); a reabilitação (prevenção e intervenção em pessoas portadoras de algum tipo de lesão decorrente da prática esportiva, ou pessoas que necessitam praticar esporte devido a problemas coronarianos, hipertensão, AVC, obesidade ou portadores de necessidades especiais) e o trabalho nos projetos sociais (uso do esporte como meio de socialização e educação de crianças e jovens).
Quem pratica ou já praticou qualquer tipo de esporte provavelmente já deve ter vivenciado algumas das principais questões que a Psicologia do Esporte lida: quem já participou de algum tipo de competição com certeza já sentiu aquele “frio na barriga”, ou aquela ansiedade de tirar o sono na véspera da disputa. Outro problema freqüente seria como fazer para separar a nossa vida pessoal da profissional, sem deixar que os problemas da primeira prejudiquem a segunda. Será que tudo isso não estaria relacionado com a importância da concentração antes e durante a competição? Vamos pensar agora nas outras milhares de pessoas que praticam esporte não como grandes atletas, mas buscando se sentirem bem consigo mesmas, investindo na sua saúde e bem-estar. Estas pessoas podem estar buscando ter corpos mais bonitos, atraentes e saudáveis, assim como muitos buscam a tão desejada auto-superação.
Outros podem encarar a atividade esportiva também como um meio de socialização, ou seja, como uma forma de estar junto com os amigos ou de conhecer novas pessoas. Nesse caso a prática esportiva geralmente aparece associada com um aumento na auto-estima da pessoa, já que só o ato de praticar esportes já é uma forma de cuidar de si mesmo, de investir em você e consequentemente legitimizar o seu valor.
Não podemos deixar de destacar também que muitas pesquisas já comprovam que a endorfina, uma das substâncias produzidas pelo próprio organismo em decorrência da atividade física, tem uma potente ação analgésica e ao ser liberada estimula a sensação de bem-estar, conforto, melhor estado de humor e alegria. Temos aqui uma explicação fisiológica para as sensações positivas que o praticante sente ao desenvolver sua atividade esportiva, que é complementada com os fatores psicológicos citados acima.
Voltando às questões psicológicas, nos dois casos de praticantes de atividades físicas (profissionais e não profissionais), acredito serem poucas as pessoas que nunca tiveram que lidar com aquela famosa “preguiça” para ir praticar a sua atividade. Ou em outras palavras, a falta de motivação, que faz com que a culpa de “eu não ter ido treinar hoje foi do despertador que não tocou”, ou “do sofá que não me deixou levantar”!
Além disso, quem pratica esportes infelizmente muitas vezes está sujeito a se machucar, ou como falamos, se lesionar. Imaginem como é ruim ter que interromper uma atividade que nos é tão prazerosa, e pior, para alguns, quando esta é o principal meio de sobrevivência...
Estas são algumas das principais questões que a Psicologia do Esporte trabalha e que quem pratica atividades esportivas tem que conviver. Nos nossos encontros aqui teremos a oportunidade de conversar e nos aprofundar um pouco mais nelas, buscando sempre contribuir para que o esportista / praticante consiga atingir seus objetivos, dentro das suas e das nossas possibilidades!
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